Algures entre papéis amarrotados e rascunhos guardados numa pequena caixa escondida num canto debaixo a minha cama encontrei o passado. Já não olhava para ela à algum tempo, na verdade estava esquecida e era bom que assim continuasse, não que eu não soubesse que ela lá estava simplesmente sabia que não me ia fazer bem ler aquelas palavras repletas de amor, sim de amor, porque na altura em que as escrevi estava incondicionalmente apaixonada por ti.
Abri-a cuidadosamente como se tivesse medo das palavras abandonadas que moravam lá dentro, na realidade era mais que medo o que sentia, estava assustada. Os poucos segundos que demorei a abri-la assemelharam-se a horas, sabia que voltar a conviver com aquelas fotografias seria algo que me deixaria devastada, sabia que sentiria saudades e que iria voltar atrás no tempo e recordar cada pormenor que vivemos, mas agora possuía o conhecimento e a maturidade necessária para o fazer.
Contemplai-as uma por uma, sem saber ao certo o que fazer cada vez que lhes tocava. as lágrimas escorriam-me pelo rosto de forma incontrolável. Fechei os olhos e senti o aroma do teu perfume, os teus lábios quentes a deslizar sobre a minha pele, a forma delicada como os teus dedos tocavam levemente no meu pescoço - tremi por dentro e então regressei à realidade, de forma tão brusca entre lágrimas e soluços incansáveis.
Pensei em queimar todas aquelas lembranças que guardei nossas, e por breves momentos vacilei mas ambos sabemos que eu nunca teria a força necessária para o fazer, então recuei e voltei a olhar para elas mas desta vez de uma maneira diferente, senti pena. sabia que não seria por queima-las que te iria apagar de dentro de mim, se assim fosse já o teria feito à bastante tempo.
Filipa continuas a escrever de uma forma profunda, aprecio muito. beijinho
ResponderEliminarestá lindo tens noção?
ResponderEliminaroh, muiiito obrigada $:
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